"Todos somos espinhos em potencial, apenas exalamos perfume para disfarçar."



quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Não Se é Amigo Sozinho


Quanto vale ser melhor que o outro? Insisto, responda-me essa pergunta, é algo que preciso me fazer entender. Analiso as relações entre pessoas que me cercam, e a maneira com a qual os que mesmos agem em grupo. Sempre há a necessidade de se sobrepor aos demais, sempre há a necessidade de superar, não a si, não pelo desejo de vencer barreiras, mas pela pura e exclusiva necessidade de dizer: sou melhor que você! Abomino isso. Não é através de ilusões que se constroem as relações, não deixarão de gostam de você por você não ser aquele ser perfeito que faz questão de exibir. Amigos são ótimos, mas quantos você já teve, e quantos você tem? No fim das contas é você e você mesmo. No travesseiro, é só você e sua consciência. Na chuva, é você e as gotas d’água... Em alguns momentos, o outro é completamente indispensável, somos seres sociáveis, necessitamos desse convívio, deste contato humano mas ele precisa ser verdadeiro, não pode ser forçado. Ninguém luta por algo que não acredita, ninguém deseja uma amizade baseada em fatos irreais. Fazemos amigos, baseados muitas vezes em afinidades, no fim, os menos semelhantes são os que mais nos ajudam e estão de prontidão quando precisamos. A vida é assim, não se vive em função dos amigos. Amigos ajudam-se sem relações de parasitismo. Não se é amigo sozinho. Não existem monólogos em amores e amizades. Não existe meio termo, em relação a gosto. Ainda que soe radicalismo e revolta, não condeno amizades, pelo contrário, amo os que tenho como amigos. Não sei se todos nutrem por mim o mesmo sentimento, mas não dá para amar na esperança de que seja amado, é necessário não exigir troca, espere menos e sofrerá na mesma proporção. Não busque aqueles que gostam tão somente das mesmas coisas que você. Não é necessário lutar pela igualdade, mas sim pelo respeito às diferenças.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Estátuas Indignadas




O mundo anda calmo, silencioso e tedioso. Mais uma eleição, as costumeiras brigas entre partidos, simpatizantes, convictos.. os mesmos problemas ambientais, a fome, a miséria, a insegurança. Tantas promessas de solução, tantos supremos, que só de garganta salvaram a humanidade, dizimaram toda dor e ainda como se tudo fosse pouco, pintam um lindo quadro de perfeição, utópica, onde uma maioria esmagadora, necessitada, deposita toda sua confiança e esperança de mais quatro anos, de no mínimo, menos sofrimento.

Acho completamente abominável essa falta de escrúpulos de alguns, que ainda tem a cara de pau, de se expor na televisão e pedir meu voto. Acho uma completa lástima, onde as coisas pararam... Candidatos que nem se importam com o futuro da população, mas estão intimamente ligados aos anseios dos gordos salários e mídia fácil dos cargos governamentais do nosso estado, Brasil.

Desejo mesmo, sem vergonha, um ditador para nos reger. Não peço censura à liberdade de expressão ou esse lado negro da ditadura... Gostaria de alguém, um ser pensante, que colocassem ordem para haver progresso, que exigisse das mídias exibição somente da verdade, que colocasse fim aos ditos poderosos, que mandam e desmandam no nosso país, tal qual um ventríloquo conduz seus bonecos... Gostaria de alguém de pulso forte, que desse um sacolejo nos brasileiros, que volta e meia param para ver o final da novela das 8 ou o jogo da copa, mas saem das urnas e vão aos bares beber ou só desligam a TV por cinquenta minutos , enquanto meia dúzia de pessoas sinceras e trezentos palhaços dizem suas propostas por um país melhor.


Acredito que no passado, existiam mais revoltas populacionais, pois os governos eram tiranos. A população era oprimida e a política do pão e circo era só coisa do passado... Eles eram obrigados a aceitar, ninguém queria enganar nada, era ditadura e fim de papo. O Brasil depois tantos anos de luta, de tantas revoltas e vitórias, é democrático, e aqueles ideais revolucionários, sumiram do nosso sangue, como a famosa lei do uso e desuso.


O nosso país hoje é um gigantesco e vasto museu, onde a exposição atual é de estátuas indignadas.



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Palavras São as Pernas Tiradas da Cobra


É. Acho que andei sumido, meio que perdido. Acho que viajei dentro de mim, pensei muitas coisas, sabe medo? É, pois. Essa coisa que apreende a gente... Que por mais que tenhamos vontade de sair, não dá.


Conversando com amigos descobri muitos já tiveram o sonho onde corre-se, corre-se, e não sai do lugar. A vida é meio assim, sabe? Tem coisas que por mais que lutemos não dependem de nós, ou só de nós. Tem vezes que precisamos deixar a vida agir um pouquinho, né?


Alguns tapas na cara doem. Não os físicos, não os reais, mais os de fatos, os de ações, que de nada tem de força dos músculos que não sejam os da língua. Palavras são as pernas tiradas da cobra. Sabe aquela história que nos primórdios do mundo as cobras tinham pernas? (patas, qualquer sinônimo), pois imagine um ser violento, venenoso com pernas que lhe propiciem locomover-se mais rapidamente? Com certeza as pernas das cobras se converteram em palavras dos homens. Ô coisinhas para doerem e fazerem felizes!


Acho que tudo isso me fez descobrir valores dentro de mim, (mais alguns) e também me fez perder muitos. Me fez ver do que realmente preciso. Me fez ter calma. Me deu mais fé.


Deus é perfeito até quando não entendemos, (nunca realmente entendemos) mas do que adianta entender tudo? A vida só é bela porque não faz sentido. O amor só é amor quando é confuso. Ninguém tem certeza do que sente, não o tempo todo.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Yo Te Quiero




Acho engraçado o jeito antiquado das pessoas. Acham espaço para te alertar, enquadrar, julgar, se acham donas da moral e dos bons costumes, acham que sabem tudo do além e do aquém.

Acho completamente bizarro, o modo de ver o outro, que alguns que me circulam têm. Sempre com a necessidade de subjugar e ainda te repugnar por qualquer comentário completamente previsível, do tipo que todos veem, mas quase nenhum tem coragem o suficiente, para fazer ir além do pensamento e se concretizar em voz.

A sensação de ser cárcere da tua rotina é completamente irritante. Como é tedioso manter relações sociáveis com aqueles que não são teus escolhidos para um bate-papo ao fim da tarde... Por exemplo.

O poder de escolha é glorioso. Escolher o que comer, o que vestir, onde ir e principalmente com quem andar. As pessoas estereotipadas são tão chulas. Alguns são personagens que nem eles mesmos acreditam, mas que todos aplaudem, seja por falta de senso crítico ou por uma aceitação irrisória do tipo: tanto faz.

Sem mencionar aqueles, dotados de conhecimento supremo, que são tão magníficos (para eles mesmos) que se esquecem de colocar os pés no chão.

Admiro a minha capacidade de algumas vezes falar sem pensar. Isso me faz mais verdadeiro e menos ator. Aparenta transparência, ainda que não seja. Antes isso, do quê pensar e planejar tal qual uma cobra que ensaiam o bote.

As pessoas têm esses instintos animalescos... Se acham tão racionais e ao mesmo tempo se desdobram para achar uma resposta que deixe o outro sem ação.

As relações interpessoais são tão metódicas e me lembram uma peça do tipo comédia. A comédia da vida real... Todos rindo no aperto e balançar do ônibus e cada qual formulando suas teorias e respostas dos quês e por quês... Ê vidinha humana, ê vidinha animal... Apesar dos pesares, yo te quiero, é assim que tem que ser, né? Então vamos viver.