"Todos somos espinhos em potencial, apenas exalamos perfume para disfarçar."



domingo, 30 de outubro de 2011

Comparações



I- O amor é uma montanha-russa. a gente sobe devagar, sem muita emoção, descobrindo como é... Chegamos no topo e despencamos com os braços pro ar. Vamos gritando enquanto caímos. Mas por mais que a gente queria voltar atrás, aquele brinquedo não nos obedece. O carinha que está lá embaixo no comando, sorri. Você pode implorar para que ele pare aquela tortura, mas não depende da sua vontade. Depois que passa a fase das cabeças pra baixo, voltamos a subir, ainda receosos da última girada, mas... Fazer o quê? O brinquedo não para porque a gente pede. Vamos subindo, girando, caindo, não para nunca.

II - Vou te confessar agora uma mania de criança, nada grandioso, mas hoje faz sentido. Gostava de morder algodão. É, isso mesmo, meio bobo e infantil como o maravilhoso mundo de uma criança. Mas não era só pelo morder, era pela sinestesia, sabe? Era algo macio, que mesmo com toda rispidez do morder, não deixava ser leve e macio, tipo o amor. Antes eu brincava de morder algodão, hoje eu tenho a sensação de fazer isso sempre que te vejo. É como se pairasse sobre mim uma sensação de êxtase, é inexplicável, ou melhor, é como morder algodão. É como se alguém, bem de leve, com todo carinho, num dia frio, agasalhasse teu coração. Sabe aquele frio da manhã? Aquele onde o dia nem decidiu se permanece noite ou acorda os passarinhos? Pois bem, daí, misteriosamente duas mãos levantam teu cobertor, você sorri e afaga o rosto no travesseiro. É isso. Assim é morder algodão.